09 junho 2011

Precisamos falar sobre o Kevin


“Precisamos falar sobre o Kevin” de Lionel Shriver é um fantástico romance ficcional escrito em forma de sucessivas cartas como se fossem capítulos.

Uma mulher americana transcreve ao marido a própria transformação de executiva bem sucedida em mãe de um serial killer. As cartas são uma sucessão muito bem escritas e convincentes de angústias, sofrimentos, sentimento de culpa e inocência, acusações sofridas e punições impostas pela sociedade, lembranças boas e más. O tema, tantas vezes abordado em livros e cinema (Beautiful boy, Bang bang you’re dead, A torre da morte) agora é mostrado do ponto de vista da mãe que se coloca como inocente apesar da condenação implacável da sociedade e mostra como qualquer família pode a qualquer tempo, aparentemente, sem mais nem menos, gerar um filho assassino. Isto é, com verossimilhança e altas doses de ironia a situa e identifica o leitor como pai ou mãe do personagem assassino.

A autora, em linguagem intimista e atual, fala do tipo de crime onde um atirador dispara sobre inocentes em lugares públicos ou escolas parecia e que parecia restrito aos americanos, entretanto provocou vítimas em escolas na Europa e, mais recentemente, também no Brasil. Esperamos que este tipo de crime hediondo, agora universal, fique restrito, pelo menos, à nossa época.

A história é densa e tensa, envolvente e emocionante. Muitas ações e histórias paralelas constroem um romance para ser lido um só fôlego, sem interrupções. Não é à toa que recebeu elogios da crítica internacional e desponta entre os grandes best sellers americanos.

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