30 março 2011

Chantili pensa que é gente

O medicamento que desacelera o ritmo da vida também tem ajudado os animais a se sentirem mais felizes, reduzindo a carga diária do estresse doméstico. Depois da pílula para humanos, a versão veterinária do Prozac foi lançada nos Estados Unidos. O laboratório Eli Lilly não revela quando o produto chegará no mercado nacional. CB – Indústria farmacêutica, 27/03/2011.



Daphne, Chantili, Passarela, Daslu e Blasê eram amigas inseparáveis. Onde estava uma, estavam as cinco. Como um grupo de adolescentes, se copiavam mutuamente nas roupinhas, modos e falares. Em vez de púberes com hormônios à flor da pele, eram cadelas com estresse aflorando no pelo.

Começavam a manhã com aulas de musculação na academia. Não competiam entre si. Por mais que malhassem, o espelho não refletiria a silhueta sarada. Sempre dependiam dos caprichos de uma tosadora profissional. Escolhiam os modelitos de acordo com as imagens das revistas francesas. Se o pelo estivesse muito curto pareceriam mais magras, entretanto ficariam muito peladas e poderiam ser confundidas com cachorras vulgares. Só Passarela, por ser uma dálmata, dispensava as tesouradas. No momento estava muito orgulhosa, pois a padronagem de onça voltara ao topo dos red carpet.

Terminadas as comparações no espelho, pesavam-se, comiam uma ossinho de cereais e depois do banho seguiam para longas sessões de relaxamento e massagem.

Pouco antes do almoço o motorista as levava para casa a tempo de se recomporem com vestes mais adequadas.

Após a sesta, trocavam novamente de roupa. Para aulas de francês e de piano preferiam roupas discretas, camisetas com gola olímpica e tênis de franjinha. Nas terças e quintas-feiras quando jogavam biriba usavam blusinhas casuais.

Somente às quartas-feiras de tarde eram levadas para passear nas calçadas. Vestiam jeans customizadas, tênis de marca e blusa style. A diferença estava nos perfumes. Daphne e Chantili, duas poodles, eram fiéis ao Channel número 5. Daslu preferia o Obsession da Calvin Klein. Passarela pingava gotinhas de Givenchi atrás das orelhas. Blasê, uma yorkshire dourada, sentia-se mais fêmea jateando Gabriela Sabatini no pescoço. Percebiam ter alvará de soltura para liberar as vira-latas que habitavam dentro de cada uma elas. Mesmo assim não defecavam nos gramados e se queixavam do cheiro dos postes. Raramente permitiam que algum cachorro se aproximasse. Se latisse então, coisa animal, e mesmo que fosse um atlético doberman, seria evitado para toda a eternidade.

Num desses passeios a dona foi abordada por uma colega com dois collies.

─ Suas cachorrinhas são tão bonitinhas. Sempre observo com admiração. Elas não ficam muito estressadas com uma agenda tão cheia e tão distante da vida animal?

─ Normal. Elas pensam que são gente.

─ Os meus, quando permanecem muito tempo presos, ficam tristes. Aí, costumo dar uns comprimidos de Prozac.

─ No way! O máximo que faço é dar uma aspirina na TPM. Para deixá-las alegres vamos ao shopping comprar uma bolsa da nova coleção Louis Vuitton.



Outra história inspirada em matéria publicada no Correio Braziliense

23 março 2011

Controle rigoroso das calorias

Agora os cientistas estão tentando criar ferramentas de monitoramento dos costumes das pessoas. São softwares, sensores e equipamentos de GPS que acompanham todos os passos dos pacientes ou voluntários em pesquisas. Tudo para garantir que a ciência consiga um retrato fiel da vida dessas pessoas, sem precisar confiar na memória ou no rigor dos alvos dos estudos. CB – Tecnologia, 21/03/2011.


João Paulo amava muito a sua esposa, Ana Clara. Moravam em um confortável apartamento no Leblon, resultado de lucros reciclando garrafas de refrigerante em capacetes para operários da construção civil. Ana Clara, formada em economia, administrava a casa e levava os filhos para a escola e dezenas de aulas particulares.
Ele estava triste com a falta de entusiasmo da esposa que perdera o viço e ganhara gordura. Os 15 quilos pesavam no interesse sexual de Jotapê. Tanto pesavam que propôs inúmeros regimes alimentares, sugeriu aulas de natação, squash e dança de salão. Conseguiu convencê-la a se matricular em academia de ginástica.
Um dia voltando da fábrica encontrou Ana Clara metida em um vestido curto e justo. Achou-a repugnante. Percebeu a esposa como um açougue que expõe as carnes na vitrine. Por amor, por todo amor que sentia pela mulher, foi só um pouco indelicado:
─ Como é que alguém pode desejá-la com todo esse tamanho?
Em resposta, Ana Clara abaixou sensualmente a alça do ombro esquerdo, atirou um beijo, virou as costas e saiu rebolativa da sala.
Os gestos em vez de provocar, amoleceram desejos.
Após três meses de abstinência, Jotapê procurou um endocrinologista que trouxe para o Brasil um equipamento de monitoramento das alterações calóricas. O software registrava detalhadamente todas as refeições, indicando o cardápio completo e ainda um GPS para monitorar deslocamentos.
Em uma semana de acompanhamento poderia descobrir se a mulher, de fato, estava seguindo o regime e se exercitava corretamente na academia.
Gastou o equivalente a um mês de produção da fábrica para instalar o chip num brinco de ouro e brilhantes que ofereceu em festa no aniversário aos dez anos de casamento.
Passados dez dias, convidou-a para jantar num restaurante luxuoso para mostrar o resultado do investimento que fez para resgatar o carinho e o amor no casamento.
Abriu o envelope lacrado e retirou o relatório.
─ Olha amor: terça-feira, 15h40, você levando as crianças a pé para a aula de inglês. Às 16h15, tomando um suco de laranja no Bob’s, 130 calorias. Às 17h você foi de carro para a academia e perdeu 75 cal em 15 minutos de jump, 50 cal em 15 minutos de esteira e 100 cal nas séries de tríceps e flexão.
─ Meu amor, isso é invasivo.
─ É muito mais detalhado que eu imaginava. Vamos olhar o dia de ontem. O que você lanchou na casa da Maria Fernanda?
─ Não estou gostando disso!
Quinta-feira, 16h13 - Ué? De carro? Indo para a Barra da Tijuca? A casa dela não é em Ipanema? Acréscimo de 75 cal tomando vinho. 18h25 queimou 450 cal em 22 minutos de sexo.


Novamente um conto bem humorado resultante de matéria publicada durante a semana no Correio Braziliense. Sempre às quartas-feiras antes das 18h, com limite máximo de caracteres como uma coluna no jornal.

18 março 2011

O vrum que me levou ao passado



O sol ainda estava sob as cobertas, mas eu, madrugador que sou, já estava de pé na frente da geladeira pegando um pacote plástico com pão de forma. Ouvi, do quinto andar, o barulho da moto do entregador de jornal.

No mesmo instante, lembrando tempos antigos, salivei pão francês e leite fresco.

Eu explico: O padeiro no escuro da manhã pilotava uma lambreta verde com um baú de madeira. Parava na frente de quase todos os portões. Sabia de cabeça quantos filões, pãezinhos, doces e garrafas de leite deveria entregar em cada casa. Entrava, deixava as garrafas de tampa de alumínio ao lado dos saquinhos de papel e saia.

Os sons que eu ouvia da minha cama na infância ainda reverbam na memória.

Primeiro ouvíamos ao longe o liga e desliga da lambreta se aproximando até chegar sob a nossa janela. Depois de embrulhar os pães mornos ouvíamos a tampa fechando barulhos no baú. Em seguida os passos corridos no quintal até a caixa protegida do tempo. Dois segundos depois retornava com os mesmos passos corridos. Batia o portão de ferro e ligava a moto se afastando alguns metros até o próximo vizinho.

Agora, guardei o pão de forma de volta na geladeira e caminhei até a padaria em busca de um sonho.

16 março 2011

A noiva degustou o doce

A cada ano aumenta o número de casais que sobem ao altar no Distrito Federal. Mesmo em tempos de independência financeira e de uniões não oficiais, cresce o volume de noivos que fazem questão de oficializar o casório na igreja ou com grande festa. Em 2009, o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) registrou 16.312 novos casamentos celebrados na capital federal – uma média de 44 por dia. CB – Comportamento, 13/03/2011

Uma descarga de energia elétrica percorreu-lhe o corpo. Os cabelos da nuca se arrepiaram.

Jantar à meia luz sempre foi muito prazeroso para ela, mas ouvir Moonlight serenade nas cordas de um violino era o orgasmo.

Foi nesse clima que ele tirou uma caixinha do bolso, abriu e ofereceu uma aliança.

– Quer casar comigo?

O brilho dos olhos respondeu por ela.

– Faremos uma equipe invencível. Somaremos forças. Seremos imbatíveis. Juntos conquistaremos o mundo. Ultrapassaremos todos os obstáculos da vida. Eu te amo, te adoro, te venero. Você é tudo para mim.

– Meu amor, que lindo. Estou tão feliz. Você pensou em alguma data?

– A partir de agora, todo dia pode ser o dia.

– É por isso que eu te amo! Você é firme. Vamos fazer uma grande festa para todos nossos amigos, num lugar bem bonito. Vamos procurar uma igreja amanhã?

– Amanhã é a semifinal! Tenho chances de ser o artilheiro do campeonato.

No dia seguinte Henrique marcou cinco gols e Vanessa ao conversar com cinco padres descobriu uma janela na agenda de um dos párocos. Conseguiu marcar o casamento a 13 meses, num sábado, numa igreja aconchegante de tamanho médio. Tempo o suficiente para todos os preparativos. À noite falaram de realizações e se amaram vitoriosos.

Acordaram tarde no domingo. Almoçaram filé à parmegiana acompanhado de projetos para a festa. Caminharam até a casa de Henrique. A cerveja embriagou o ronco dele enquanto embalou os sonhos dela. Mentalmente estendeu um tapete vermelho, decorou a igreja com velas e lírios brancos. Viu-se num vestido decotado sem alças com cintura apertada arredondando desejos, véu de três metros, grinalda de pedrinhas brilhantes e, em vez de buquê, uma rosa vermelha.

Ele trocou a cama pelo sofá na frente tevê. Ela foi para o micro digitar planejamento.

Escolher sapato. Comprar ou alugar vestido? Agendar maquiador. Definir local para recepção. Cardápio para o jantar? Quem será o DJ? Convites brancos ou creme?

– Bem? Me ajuda a fazer a lista dos convidados?

– Agora?

Ela era insegura. Precisava de alguém do seu lado para segurar a mão.

Mesmo assim escolheu as músicas para a igreja. Confirmou velas e lírios brancos. Decidiu um fraque para o noivo. Alugou um carro preto.

Conforme a data ia chegando, Vanessa ficava mais bonita e autoconfiante.

Discutiu o contrato do fotógrafo. Definiu a praia para a lua de mel, degustou e aprovou doces e salgados. Mandou Henrique providenciar vinhos e uísque.

Juntos fizeram o curso de noivos. Vanessa estava feliz. Crescera como mulher. Aprendera a decidir. Chegara o grande momento de dizer não para Henrique.



Com tamanho fixo como se fosse uma coluna de jornal, escrevi outro conto baseado em matéria publicada no Correio Braziliense. Publico no blog sempre às quartas-feiras antes das 18h. Com tamanho fixo como se fosse uma coluna de jornal. Qualquer hora dessas um grande jornal oferecerá um espaço, tenho certeza.

11 março 2011

Espirros de homem derrubam quatro árvores

Nas décadas de 50/60 era comum jornais sensacionalistas trazerem manchetes espetaculares como:

Veneno de rato no bolo dos noivos”ou

Mulher deu à luz um peixe” ou

“Fugiu da prisão usando camisola”  ou

“Matou a sogra com uma caneta”.

No corpo da matéria sempre havia uma explicação minorando o impacto do chamativo. Infelizmente a matéria que originou este título é verdadeira. Pois o vizinho doente e antiecológico também justificou a derrubada das árvores vizinhas ao apartamento. Levou um laudo médico à prefeitura provando ser alérgico àquela espécie de árvore, conseguindo que a própria prefeitura enviasse homens com uma motosserra para derrubar as árvores evitando novos espirros.

09 março 2011

O carnaval de fantasias no salão

Todos sábados eram iguais aos outros, mas aquele sábado era diferente dos outros sábados: era sábado de Carnaval.
Faltavam poucos minutos para as quatro horas e no salão da empresa já circulavam muitos funcionários. Apesar dos alto-falantes tocarem animação com as antigas marchinhas carnavalescas o pessoal estava mais propenso a permanecer sentado e conversar. Ninguém sacudia o corpo em alegria.

A arrumadeira de motel, impecável em seu traje com avental de rendinha preta, tomava cafezinho com o pipoqueiro de cinema que vestia uma jardineira listrada de branco e azul. Na blusa da mocinha estava bordado sex appeal enquanto na jardineira foi bordada uma espiga de milho sob a palavra pop corn em letras vermelhas.

O frentista ajeitava o boné verde-amarelo no reflexo da porta de vidro.

Perto da grande janela a conversa ia fúnebre. Era possível identificar as profissões pelas roupas. Conversavam sobre as diferenças na linguagem em cada profissão. O coveiro diz que enterra o finado. O médico, de jaleco, informa que o doente foi a óbito. O juiz, de toga, anota que o de cujus deixou fabulosa herança. O policial, com um cassetete e um par de algemas na cintura, diz que a arma era do presunto. O padre, muito chocado dentro da batina, faz o sinal da cruz enquanto falam dos entes queridos.

– Cadê a animação, pessoal? – Perguntou o cobrador de ônibus, ajeitando o quepe bege. – Isso tá muito funesto. É dia de festa! Bora trocar de assunto! – Encarou a babá e começou a assobiar provocativo... – Vou beijar-te agora, não me leve a mal, hoje é carnaval...

O grupo não deu a menor bola para o cobrador. Continuou a relacionar diferenças no palavreado das profissões. Apenas trocaram mortos por viventes. O juiz diz que a sociedade se compõe de cidadãos. O médico enxerga em cada pessoa um paciente. O padre reza com os fiéis. O policial vê um meliante em cada cidadão.

Afora o cobrador ninguém se animava. Impacientes, olhavam para os ponteiros do grande relógio de parede.

A música parou. Uma voz metálica solicitou que todos entrassem no ônibus e se acomodassem. Que o culpado pelo atraso já estava chegando.

Ainda tiveram que esperar cinco longos minutos.

Quando o mestre-cuca tirou o chapéu e entrou no ônibus, o pessoal explodiu em vaias. Finalmente poderiam sair. O ônibus já estava com o motor ligado. Antes do motorista fechar a porta e engatar a primeira marcha ouvi o gerente gritar da calçada com o mestre-cuca.

– Quem você pensa que é para nos fazer de palhaços? Nunca mais atrase. Você se prejudica. Prejudica a empresa e todo os seus colegas. Nossa empresa é séria. Temos 15 anos de tradição como a melhor empresa locadora de mão de obra de plantonistas de reposição.



O conto foi inspirado na matéria publicada no Correio Braziliense de 06/03/2011 – Carnaval. – “Enquanto muitos brasilienses caem no samba ou aproveitam o recesso para descansar, há aqueles que precisam trabalhar para manter o funcionamento de serviços essenciais como saúde, transporte e limpeza urbana.”



















02 março 2011

Ganhe um Oscar e viva mais quatro anos

Os atores e as atrizes que levaram para casa a maior honraria do cinema hollywoodiano ganharão também alguns anos a mais de vida. Pelo menos é o que dizem pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá. Depois de analisar dados relacionados à saúde e á mortalidade dos artistas que venceram o prêmio nas categorias ligadas à atuação – melhores ator, atriz e melhores ator e atriz coadjuvantes –, o resultado foi claro: os vitoriosos vivem em média quatro anos a mais do que aqueles que foram apenas indicados para o prêmio. CB – Ciência, 26/02/2011



Quatro amigos passaram a madrugada esparramados no sofá acompanhando a cerimônia de entrega do Oscar. Cinéfilos que eram, discutiam preferências em todas as categorias. Sabiam o nome de todos os filmes e respectivos atores, atrizes, diretores, roteiristas, trilhas sonoras. Se bobeasse, debatiam sobre a cor da cueca do cinegrafista do concorrente a Melhor Efeitos Visuais.

Competiam para mostrar conhecimento:

– Qual foi o único empate feminino? – Em 1969, Catherine Hepburn e Barbra Streisand dividiram o prêmio de melhor atriz.

– Quantos prêmios ganhou o Ponte sobre o rio Kwai? – Seis: Melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor fotografia, melhor edição, melhor roteiro adaptado e melhor trilha sonora.

– Quantos têm direito a voto na escolha do Oscar? – Precisamente 4.755.

– Nome completo, endereço e CPF de cada um deles?

A boa ironia sobre o próprio grupo causa risada e é brindada com mais um gole de uísque.

No dia seguinte um dos debatedores, José Henrique, acordou tarde. Além da ressaca lembrou de ter estudado um monte de curiosidades à respeito dos filmes, atores e trizes. Que apesar de ter falado bastante, esqueceu-se de dizer que, conforme a pesquisa, os agraciados com o Oscar viviam em média quatro anos a mais do que aqueles que foram apenas indicados. Deu risada e perguntou-se: e daí? Para que serve isso?

Foi para o chuveiro com o uísque e a pergunta martelando na cabeça.

Bom empresário que era, encontrou uma resposta lucrativa.

Em menos de três meses abriu uma loja para vender estatuetas douradas. Idênticas aos originais com exatos 33 cm e 3,85 kg, banhadas em ouro, se erguendo esguias e musculosas sobre um rolo de filme. O preço da confecção era igual ao original: 200 dólares. O preço da venda era de 1.000 dólares.

O resultado da pesquisa sobre o Oscar aparecia emoldurado, atrás do balcão, às vistas de todos os clientes.

Você oferece um Oscar para a pessoa que você mais gosta e, automaticamente, o presenteado vive mais quatro anos. O nome da loja brilhava em neon: Fonte da Juventude.

O sucesso foi tão grande que rapidamente surgiram os concorrentes com milhares de Oscares de plástico barato.

Por fim, a Academia de Hollywood desenvolveu e concedeu-lhe o prêmio de Melhor Idéia para um Filme. Consequência da publicação, em todos os jornais do mundo, que o Sindicato das Funerárias o estava boicotando a ponto do presidente do Sindicato ser flagrado tentando provocar um incêndio no seu comércio.



Mais um conto resultante de notícia publicada no Correio Braziliense da semana. Sempre às quartas-feiras, até as 18 horas com tamanho fixo, como se fosse uma coluna de jornal.

 
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