22 dezembro 2010

Mona Lisa e o relógio
















Esta semana, especialistas do Conselho Nacional de Valorização do Patrimônio Cultural e Ambiental da Itália anunciaram a descoberta de um novo detalhe na pintura da Mona Lisa: letras muito pequenas, imperceptíveis a olho nu, gravadas nas pálpebras de Mona Lisa. A novidade pode resolver um dos maiores enigmas que cercam o quadro. CB – Ciência, 18/12/2010


Entra ano, sai ano, o quadro da Mona Lisa é alvo de especulações e histórias polêmicas.
Falam que o sorriso é resultado de uma gravidez ou de que havia dado à luz há pouco tempo em função do véu típico de gestantes do século XVI. Sugerem que o rosto seria um auto-retrato do pintor vestido de mulher com a alegação de que o artista seria gay. O escritor Dan Brown defendeu a tese de que o nome da retratada é um anagrama para Amon l'Isa, em referência a antigas divindades egípcias. Historiadores franceses afirmam que Napoleão Bonaparte teria se apaixonado pelo quadro e que teria mandado pendurá-lo em seus aposentos. Conforme os jornais da época, Vincezo Peruggia furtou o quadro do Louvre para repatriá-lo à Itália. Os tablóides contam como ele fazia sexo com Mona. Para se opor à unanimidade, um psicopata jogou ácido sobre ela, danificando parte inferior da obra.
A relação de histórias curiosas é longa e não cabe em um único parágrafo. Por isso respire fundo antes de recomeçar a ler outras particularidades ou indiscrições.
Estudiosos afirmam que Mona Lisa, pintada em 1506, é Lisa Gherardini, mulher de um rico comerciante de seda de Florença. Já um historiador comprova que a obra foi pintada em 1489 e que a mulher por trás do sorriso famoso é Isabel de Aragão, Duquesa de Milão. Sigmund Freud interpretou o sorriso como sendo uma atração erótica subjacente de Leonardo pela mãe.
Por tantas informações e especulações resolvi ir direto à fonte. Telefonei para Mona Lisa. Não me perguntem o número. Nem sob tortura direi.
A nossa conversa foi bastante rápida. Eu mal a entendia por não falar italiano medieval. Ela estava bem humorada e disse que que parecia que o povo não tinha mais o que fazer, que a deixassem em paz. Que adorava Léo, mas que jamais tivera um caso com ele. Que Léo além de pintor, escultor, anatomista, cientista e inventor também era piadista. Era maravilhoso posar para o iluste artista que contava anedotas enquanto enchia a tela de cores. Ele me perguntou se eu sabia a semelhança entre uma grávida e uma tartaruga com um relógio amarrado às costas. Como eu poderia saber se o relógio ainda não havia sido inventado? Ele riu, dizendo que as duas não viam a hora. Daí ele inventou o relógio, depois colocou-o numa pequena caixa, presenteou-me e pendurou-o no meu pescoço. No quadro o relógio indicava cinco horas. Hora de término da sessão. Depois ele resolveu apagar o relógio do quadro pois o mundo não estava preparado para a falta de tempo. Foi nesse clima de bom humor que pintou o meu sorriso. Apenas isso. Não há enigmas, apenas a felicidadade.
Aí, acabou a bateria do meu celular.




Orgulhosamente apresento mais um conto cheio de humor motivado por notícia publicada no Correio Braziliense nesta semana.
Sempre às quartas feiras, antes das 18 horas e com conteúdo entre 2959 e 2997 caracteres.
E daí? Daí que viso um espaço como colunista remunerado.

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