24 novembro 2010

Faça sua aposta

O anúncio do casamento do príncipe William – o segundo na sucessão ao trono da Grã-Bretanha – com a plebéia Kate Middleton começou a mobilizar os britânicos, que lotaram as casas de apostas para especular sobre a data e o local da cerimônia. CB – Internacional, 18/11/2010


Londonópolis é uma pequena cidade fundada por ingleses que construíram a estrada de ferro no final dos anos 1800. A cidade encravada no meio das montanhas foi esquecida nas névoas do tempo quando os governantes do país abandonaram as locomotivas. A neblina produzida pelo rio Cãmisa também impede que os habitantes vejam as horas no Tiqueaçu (tiqueaçu, é o equivalente a Big Ben em tupi).
Apesar do isolamento, a cidade se desenvolveu muito desde a revolução industrial, tanto que produz os próprios veículos automotores. E sempre quando um novo prefeito toma pose no cargo, desfila nas ruas a bordo de um possante Rollsronca.
Todos trabalham muito. A alta produtividade estimulou a adoção da semana inglesa. Nas horas de folga a população anglo descendente, quando não joga bridge, fala mal dos franceses ou se entrega aos prazeres do cultivo e da poda promovendo acirrados campeonatos de jardinagem.
Contei sobre o cenário e os costumes do local para ambientar o personagem central dessa história.
William VI, 37 anos, de porte atlético, olhos azuis, bem falante, nobre e rico. É descendente direto de William I que projetou a cidade e, apostando no sucesso do empreendimento, comprou todas as terras circunvizinhas. Empreendedor, plantou ares e hectares de chá nas encostas das montanhas. Os negócios se expandiram de tal forma que estabeleceu pontes de comércio com outras capitais e um viaduto do chá com São Paulo.
O herdeiro das fazendas mantém e incentiva o costume tradicional do chá com torrada às cinco horas. Com a elite da malandragem Londonopolitana inovou ao tomar uísque sem gelo meia hora depois para falar de negócios, cavalos, soccer e mulheres, of course.
Nesta tarde foi diferente. Os dois jornais, O Guardião e Espelho Diário anunciavam o seu casamento em letras garrafais com uma plebéia. A linda noiva de apenas 21 anos sabe tocar as músicas de Elton John ao piano, cozinha o melhor pudim yorkshire da região e sabe, como ninguém, servir a tradicional cerveja quente.
Em mais um costume herdado dos ancestrais britânicos, os tabloides também diziam que estavam abertas as apostas em torno do casamento do século. As bancas de jogo dispunham de listas e mais listas de questões apostáveis.
Quem levará as alianças? Quem serão os padrinhos?
Qual será o recheio do bolo? Chocolate, blueberries, ou strawberries?
Onde será a recepção? No Liverpool pub, no Hotel Shakespeare, na Maison Agatha Christie ou no Wimbledon Center?
Não foram abertas apostas para a cor do vestido.
Para os amigos de copo e mesa do noivo tudo isso é uma grande bobagem. Apenas outro factoide para vender jornais. A aposta mais importante é adivinhar por quantos dias após o casamento William VI se manterá fiel?



Ainda não fui chamado para assinar contrato com A Folha, Estadão, Correio Braziliense, Zero Hora, Estado de Minas ou Globo, mas já recebi convite para ser publicado no Tagualetras de Taguatinga e A voz de Goiânia.
Todas as quartas-feiras, até as 18 horas, apresento, no meu blog, um texto com provocação originada em artigo do Correio Braziliense. O texto é limitado entre 2959 e 2997 caracteres.
Sou persistente e acredito na qualidade e constância da minha escrita. Por isto aguardo convite para ser colunista remunerado.

17 novembro 2010

O cantor de intervalos


Uma agressão inusitada em Ribeirão Preto, cidade do interior paulista, a 300km de São Paulo. Jefferson Fabiano Ferreira Correa, 28 anos teve a boca grudada com cola instantânea na manhã de ontem. Ele foi atendido no Pronto-Socorro Central da cidade para descolar os lábios. CB – Brasil, 17/11/2010



João Tatu era um sujeito grande. Muito grande. Tão grande que as camisas eram GGGG. Pedia a uma costureira para confeccionar camisas especiais.
– Dona Maria quanto eu compro de tecido?
– Dois hectares devem ser suficientes.
Os dois hectares de pano mal cobriam a tatuagem tribal nas costas. Um casal de elefantes fazendo amor, uma girafa colhendo uma fruta, um leão brigando com um tigre, um leopardo correndo atrás de uma gazela. Enfim, se eu descrevesse todo o cenário ambientado na savana africana eu escreveria um livro de 600 páginas.
É certo que a cortina cobria as costas, porém alguma parte dos braços, pernas ou pescoço ficavam à vista tornando-o um outdoor vivo. Impossível passar despercebido numa multidão.
Naturalmente, João recebeu o apelido por causa das diversas tatuagens em todo o corpo e não porque se escondia debaixo da cama, enquanto era possível, quando sentia medo.
Um dos prazeres de João Tatu era frequentar bares com música ao vivo. Todos os fins de semana escolhia algum. Sentava-se sozinho numa mesa próxima do cantor e na hora do intervalo levantava-se, se encaminhava ao palco, ajeitava o microfone e sem nenhum constrangimento, atacava uma canção no mesmo estilo do artista oficial. Sabia todas as letras de todos os sambas, boleros, MPB, rock nacional e internacional. Com ele não existia preconceito contra música sertaneja, pagode ou ópera. Cantava de tudo. Cantava de tudo sem acompanhamento. À capela.
Cantava sem acompanhamento porque era muito ruim. Não havia piano, violão, guitarra ou saxofone que acompanhasse suas notas fora de tom. Via de regra desligavam a energia do microfone e João retornava cabisbaixo para seu lugar.
João, bom brasileiro, não desistia. Procurava outro bar e pacientemente cavava a vez de subir ao palco. Às vezes até pedia. Quando atendido, inventavam uma desculpa qualquer limitando a cantoria a apenas uma rápida exibição.
Apesar de eternamente rejeitado sentia-se o rei da voz. Dizia que faltava apenas a sorte de ser reconhecido por algum grande empresário e ter a carreira alavancada para o mundo.
Começou a procurar casas noturnas maiores, com mais freqüentadores. A história se repetia. Após rápida apresentação era convidado a se retirar. A insistência transformou os delicados convites para retirada em expulsões. João tornou-se conhecido não pela voz, mas pela inconveniência.
Numa noite de lua minguante João Tatu, apesar do tamanho, driblou os leões de chácara da cantina italiana vizinha e empunhou o microfone.
Precisou fugir após os xingamentos e objetos arremessados. Os furiosos seguranças seguiram o desafinado até em casa.
Encontraram-no sob a mesa da sala e colaram-lhe a boca com cola instantânea.



Ainda não fui chamado para assinar contrato com A Folha, Estadão, Correio Braziliense, Zero Hora, Estado de Minas ou Globo, mas já recebi convite para ser publicado no Tagualetras de Taguatinga e A voz de Goiânia.
Todas as quartas-feiras, até as 18 horas, apresento, no meu blog, um texto com provocação originada em artigo do Correio Braziliense. O texto é limitado entre 2959 e 2997 caracteres.
Por que? Porque aguardo convite de algum deles para ser colunista remunerado.

16 novembro 2010

Quando eu morri

Levei três tiros antes mesmo do amanhecer. O primeiro, por trás, na nuca, base do pescoço.
Uma rosa de sangue sujou meu colarinho. Procurei olhar no espelho, mas não enxerguei nada. Eu me sentia bem, anotei o endereço peguei o carro e fui para a casa. Desconhecidos me vestiram um pijama e pediram que eu fosse para a varanda. Mandaram que eu me deitasse no chão. Levei os outros dois tiros. Foram nas costas. Entre as costelas, na altura dos pulmões.
O sangue do pescoço já estava escuro e um enorme e pavoroso hematoma assinalava a violência sofrida. Agora o sangue saía também por dois buracos do meu pijama. O líquido, que imaginei ser quente, escorria gelado pelas costas manchando o piso empoeirado.
A varanda era enorme, talvez uns trezentos metros quadrados. Churrasqueira, bar. Os banheiros masculino e feminino serviam também de apoio para a piscina e para a sauna. A varanda era o cenário perfeito para grandes festas com políticos, jogadores de futebol, modelos e colunistas sociais disputarem espaços e champanhes. Deduzi que a mesa espelhada fosse o suporte para fileiras do pó da alegria. Ao lado da varanda havia um enorme jardim assinado por um paisagista renomado. Observei que, apesar do sol já estar no alto, as luzes do gramado permaneciam acesas.
É muito desconfortável morrer num chão duro e sob um sol escaldante.
A ambulância estacionou no meio do jardim. O carro da perícia também parou no gramado da casa desenhando trilhas de pneus na grama japonesa. As luzes estroboscópicas em cima da viatura anunciavam o fim da festa. Em vez de DJ, o rádio berrava palavrões do delegado.
Os policiais e os paramédicos não deram a mínima importância. Ninguém veio verificar meu pulso.
Minha mulher também levou três tiros e agora, ao invés da cama, dividia o mesmo granito quente e empoeirado. Estava a um metro e meio de mim. O rosto inchado pela bala estampada na têmpora direita a deixava pavorosamente irreconhecível. Os olhos azuis contrastavam com o violeta da pele. Os cabelos loiros e cheirosos estavam empapados de sangue endurecido. Mesmo estirada, ela continuava sensual naquela camisola de seda branca maculada de púrpura brutal. Parecia lançar moda de horror.
O nosso filho estava junto de nós, eterno egoísta, tinha sua própria poça de sangue, resultado de três tiros no peito e um na testa. Nossa família, sempre unida, estava agora, sujando um pequeno espaço do piso da varanda.
Ficar naquela posição defunta era muito desconfortável.
Perguntei para minha esposa se ela estava pronta para ser colocada no saco preto e ser lacrada com um zíper. Como sempre, não respondeu.
Minha posição, deitado de lado, não permitia um bom ângulo de visão. Além disso, não sabia onde foram parar meus óculos. No máximo, via os sapatos daqueles que nos rodeavam. Muitos sapatos diferentes.
O sol de meio-dia esturricava nossa pele. O suor se misturou ao sangue. Estávamos sem protetor solar.
Um moço de tênis cotelê verde providenciou três guarda-sóis. O alívio foi imediato. Desejei que aquele moço fosse um eunuco e então providenciasse ventinho com um enorme abano de plumas.
Meus sentidos estavam prejudicados. Mesmo assim pude ouvir um sabiá assobiando docemente numa amoreira no fundo do jardim. Aprendi que a morte é lírica e acompanhada de canto de passarinhos.
Apareceu uma sandália havaiana. A dona se abaixou e perguntou se eu queria uma água de coco.
Respondi, irônico, que naquela posição só poderia tomar água de coco se me arrumasse um canudinho. A sandália não voltou mais.
Dizem que o sangue é doce. E eu acreditei. As formigas começaram a fazer fila indiana nas minhas costas.
Um par de sapatos pretos com solado grosso se aproximou e começou a me fotografar. Os flashes pipocavam e minhas pupilas acusavam o incômodo.
– Puxa, quando será vão me deixar em paz? – resmunguei baixinho.
Atrás de mim ouvi um diálogo:
– São só esses três?
– Não. Tem mais um ali, na ambulância.
Eu reconheci aquelas vozes: Selton Mello e Carlos Alberto Riccelli.
Então a morte é lírica com canto de passarinhos e vozes de atores globais. Concluo que morrer pode ser interessante.
O par de sapatos pretos com solado grosso retornou e voltou a pipocar flashes. As vozes de Selton e Riccelli repetiram o mesmo diálogo mais umas três vezes.
Morrer pode ser interessante, mas muito repetitivo.
Agora apareceu um sapato marrom. O dono do sapato se abaixou e com uma fita crepe marcou no chão a minha posição. Quando os contornos estavam assinalados ordenou:
– Preste bem atenção para retomar sua posição depois. Agora os atores vão descansar e depois retomaremos a filmagem no mesmo ponto. E cuidado para não melar a casa com a gelatina vermelha.

10 novembro 2010

Um dedo no passado


“Vinte e nove mil anos depois da extinção do homem de Neandertal, o Homo sapiens começa a fazer descobertas reveladoras sobre o estilo de vida desse primo distante. Uma delas, publicada ontem pelo Journal Prociedings of the British Royal Society, acaba de descrever um atributo até então desconhecido, dos abrutalhados homens das cavernas: sua intensa atividade sexual. E para chegar a essa conclusão, os pesquisadores se basearam no comprimento do dedo de fósseis encontrados, que segundo especialistas, pode indicar promiscuidade.” CB – Ciência 4/11/2010

O mulherio se atirava aos pés de Joe. As garotas tinham orgasmos múltiplos ao vê-lo desenvolver passos dificílimos nas pistas de dança calçando enormes sapatos número 46. Joe Louis era o ídolo e fazia o maior sucesso entre as mocinhas do colégio. Tocava violão, cantava as músicas do momento, penteava os cabelos com brilhantina, tomava cuba libre com limão e esnobava com a lambreta vermelha. Um dia descobriram que o sucesso dele era resultado de apurado marketing. O nome fictício escondia o verdadeiro João Luís que calçava 38.
A propaganda ocorria porque o rei do Rock and roll, Elvis Presley, era vivo e enlouquecia as fãs com Love me tender. Nomes e palavras em inglês arrepiavam até os cabelos da nuca das mocinhas estudantes nos internatos. Entre elas também corria a lenda de que o tamanho do pé masculino era proporcional ao membro reprodutor.
Pois a professora de música do Elvis, Dona Carlota Beatriz, era facilmente reconhecível. Usava uma anágua por debaixo da saia, coque nos cabelos prateados e blusa de bordadinhos fechada no pescoço com um broche de ametista. Como professora de piano das antigas era adepta da palmatória. Rigorosíssima na hora de escolher os alunos. Obrigava-os a longas sessões para verificar a habilidade motora de ambas as mãos. Os escolhidos eram sempre os alunos com os dedos mais longos. Diz outra lenda que ela iniciou o menino Elvis também na música. Os tempos eram outros e as crenças também.
Num passado um pouco mais distante, e isso não é lenda, os homens peludos guerreavam com outras tribos para garantir territórios visando a colheita de laranjofructus e fitobananus além da caça de boissauros, porcodontes e galinoraptores. O resultado das investidas no campo era assado em festivos churrascos. Era também o momento em que as fêmeas escolhiam seus parceiros.
Os candidatos se esforçavam ao máximo para chamar a atenção: assobiavam como sabiácus, uivavam como lúpusrex, cantavam imitando curióterix. Os dotes artísticos eram mostrados exaustivamente numa festa que adentrava a noite até que finalmente acontecia o clímax com a dança dos estalactites.
Os homens num ritmo sensual levantavam as mãos espalmadas o mais alto possível procurando tocar os inalcançáveis estalactites das cavernas. As mulheres se excitavam e rapidamente selecionavam um parceiro. Confirmavam a escolha colocando um anel no dedo maior.
Qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência.


Conto ou crônica? Artigo? Quem sabe? Pois este texto, como os 13 anteriores, tampouco foi publicado em periódico graúdo. O autor aguarda chamamento para produção semanal remunerada a partir de notícia de jornal. Este é o 14.o texto seqüencial composto com número limitado de caracteres.

03 novembro 2010

A bomba de Darwin


“As Ilhas Galápagos, famosas por serem local de estudo do biólogo Charles Darwin (1809-1882), autor da Teoria da Evolução, foram palco de uma nova descoberta na última quarta. De acordo com o governo local, pescadores encontraram uma dúzia de bombas cuja origem data da Segunda Guerra Mundial.” CB – Você sabia... 01/11/2010.




O inglês, visivelmente emocionado, anotou a data no diário de viagem: quarta-feira, 27 de outubro de 2010. Enquanto lembranças adolescentes embalavam sonhos, anotou em letras garrafais o desembarque na Ilha de Galápagos. Ainda se lembrava da voz rouca do professor de história natural quando explicava a Teoria da Evolução das Espécies em que tudo se desenvolve de forma diferente de outros locais para sobreviver em determinadas condições do meio ambiente.
Darwin observara que o arquipélago isolado era um laboratório fantástico. O mesmo passarinho se desenvolvera de forma diferente em cada ilha em função dos predadores naturais e da alimentação disponível. Já o professor do nosso personagem dizia que em um lugar as cotovias eram brancas noutro eram amarelas. O bico era maior em algumas ilhas do que em outras. E que não havia uma única cotovia na ilha habitada por gatos selvagens, pois evoluíram para uma espécie de pit bull.
No escaler, a caminho do ancoradouro, lembrava as aulas animadas em que o mestre explicava como as tartarugas gigantes de Darwin subiram nas árvores, transformaram-se em macacos, evoluíram, desceram e passaram a se alimentar em restaurantes.
No mesmo instante em que chegava ao cais, encostava um barco pesqueiro com artefatos estranhos. Eram bombas remanescentes da Segunda Guerra. Os ilhéus as desembarcaram transportando-as como se fossem brinquedos inofensivos. O inglês identificou o perigo apontando a parte de trás com a placa metálica onde se lia “10 megatons, made in USA”.
Os pescadores evoluídos tranqüilizaram-no num inglês britânico, digno de doutor da universidade de Cambridge, que aquelas bombas estavam enterradas no mínimo há 60 anos em solo Galapagalês, um ambiente diferente daquele de onde haviam sido fabricadas, portanto se modificaram com o tempo.
O inglês se apavorou imaginando que ao invés das 10 megatons a bomba poderia evoluído para uma bomba atômica.
Atabalhoadamente puxou um revólver e mandou que pousassem a bomba suavemente no chão. No mesmo instante um dos pescadores puxou de uma faca e os outros deixaram a bomba cair. Pacífico, o pescador mostrou a faca: era uma faca cega e sem ponta. Disse que a ilha era de paz, que ali ninguém ameaçava ninguém, que as facas evoluíram, que não precisavam cortar nem furar. O inglês guardou a arma.
Com calma, o pescador, começou a cutucar o detonador e nada aconteceu. Virou a faca e, com o cabo, martelou o detonador.
O inglês, desesperado, começou a se afastar de costas sem tirar o olho da bomba enquanto o marujo martelava.
Tanto bateu que a bomba explodiu num enorme festival de fogos de artifício.
No céu formou-se a palavra “peace”.


Este conto também não foi publicado no Estadão, Globo, Folha, Zero Hora, Estado de Minas ou Correio Braziliense. Nem em lugar algum. Pudera! Só agora estou colocando à disposição.
O texto da próxima semana poderá estar. Basta me contratar para escrever um conto semanal como este que é resultante de notícia publicada nesta semana no Correio Braziliense.
Os textos limitados entre 2958 e 2997 caracteres estarão no blog todas as quartas-feiras antes da 18h.
 
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