17 dezembro 2009

Fui, mas volto


Você se conectou com a secretária de Roberto Klotz.

Apesar dela ser bonita, simpática, inteligente e gostosa é apenas uma reles secretária eletrônica.

Depois de apreciar o decote e as curvas deixe o seu recado.

Estarei ausente até o final deste ano.

O Papai Noel não vai passar em Brasília, o pessoal daqui não foi bom. As meias e cuecas já estão cheias de corrupção. Vou passar as festas em outro lugar.


Charge publicada no Jornal do Commércio do Ceará

08 dezembro 2009

Impeachment

Eu comemoraria a rapidez com que a Justiça ordenou a desocupação da Câmara Legislativa se a mesma Justiça ordenasse com a mesma rapidez a desocupação da sede do Buritinga.

26 novembro 2009

Zulma é duca


Hora e meia recebemos elogios por textos escritos. Alguns sinceros, outros nem tanto.

A gente acaba se acostumando, embora o ego seja voraz por mais e mais tapinhas de incentivo.

No dia 5 de novembro recebi uma homenagem sem nenhuma palavra. Apenas um gesto. Um gesto de carinho de um dos caras que mais admiro na comunidade Bar do Escritor.

Na imagem do orkut se mostra lendo meu livro Quase pisei!.

Fiquei emocionado.

Zulmar Lopes, conhecido em alguns bares duvidosos de Copacabana como Lameque Eros Hyde da Silva, é duca!

21 novembro 2009

Fiz Chover

Vou ficar rico. Vou ficar muito rico. Descobri a fórmula para fazer chover. É infalível. Descobri através de uma teoria que eu desenvolvi por conta da observação e prática graças à minha larga vivência.
Em primeiro lugar vou oferecer meus préstimos ao nordeste, particularmente à zona do agreste. Depois que todos os açudes estiverem a ponto de sangrar oferecerei meu amparo à região árida da África. Naquelas bandas muita gente também sofre com as agruras da seca.
Uma vez atendidas as regiões carentes passarei a cobrar meus serviços. Em euros. Portugal, França, Itália e Grécia também sofrem muito com as secas. Dos americanos, lá da Califórnia, também cobrarei em euros. Valem mais que dólar.
Difícil vai ser transportar meu carro para todos estes lugares. Não abro mão. Preciso estar sempre com o meu carro.
Aqui em Brasília já estávamos com clima arrasadoramente seco. A umidade chegou a 14%. Gramados esturricados e lábios rachando. Vocês sabem o que fiz?– Lavei meu carro. O que aconteceu? – Choveu e sujou meu carro de novo. – E daí? Daí que lavei o carro de novo. E choveu de novo. Este método é infalível.

19 novembro 2009

Fora de medida


Chego em casa depois de mais um estafante dia de trabalho e a confusão está instalada: madame chora na frente do fogão.

Sempre a tratei muito bem. Quase não lhe falta nada. Hoje, como nos últimos 35 anos, acordei-a com um delicado beijo na testa, preparei o café e misturei colherinha e meia de açúcar. Beijei-a na saída. Melhor dizendo, beijei-a na boca, ao sair. Senti saudades e retornei direto do trabalho para casa ao fim do dia.

Vejo que há uma série de xícaras espalhadas pela mesa da cozinha, um pacote de massa para bolo, um termômetro, a calculadora, alguns ovos de codorna, várias colheres de tamanhos diferentes, a jarra de leite, o pote de margarina derretida e o velho despertador barulhento.

Tomo-a em meus braços e pergunto o que foi que aconteceu.

Soluçando, responde que desejava preparar uma festinha só para nós dois, mas a receita do pacote estava por demais complicada:

BOLO DE CHOCOLATE

Ingredientes:

1

pacote de massa de bolo de chocolate

¾

de xícara de leite

3

ovos

2

colheres de margarina à temperatura ambiente

Misture tudo até formar massa homogênea; Unte e enfarinhe uma forma redonda com furo no meio; preaqueça o forno em temperatura média por quinze minutos; Não abra o forno antes de 30 minutos; após esfriar por 15 minutos, desenforme e sirva.

– Veja só quantas xícaras diferentes nós temos aqui: a do seu café, aquela outra de plástico, a do jogo de porcelana que ganhamos no nosso casamento... e todas têm tamanhos diferentes, – Ovos podem ser de codorna, de pata, de galinha caipira, brancos, de páscoa e... Enxugando as lágrimas. Qual dessas colheres? Uso a do diário ou devo usar a do faqueiro de prata?

Segurei-a pela mão, arrastando-a até a sala. Acomodei-a no sofá. E fui buscar dois cálices. Enquanto servia um porto, protestei:

– A culpa é da impunidade! Neste país as pessoas fazem o que querem e ninguém é responsabilizado por nada. Passam nos sinais vermelhos, assaltam, não fecham as pastas de dentes... Todos esses calhordas deveriam ser exemplarmente punidos! Para que serve o Instituto Nacional de Pesos e Medidas? Vou entrar com medida cautelar, seja o que isso queira dizer!

Irado, continuo meu protesto:

Cientistas do mundo inteiro se reúnem, estudam e definem que quilograma é a massa do protótipo internacional constituído por um cilindro de platina e 10% de irídio depositado no Bureau Internacional de Pesos e Medidas, e ainda que o metro é igual ao comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299 792 458 de segundo e... que diabos!

Virei o cálice de vinho para lubrificar a garganta e continuei:

– Estes fazedores de receitas culinárias estão nos cozinhando! Como vamos definir o que é uma pitada? Quantas gramas? Uma colher rasa de farinha? Então, além das colheres de chá, sopa e sobremesa, ainda podem ser cheias, bem cheias e rasas? Aí, ainda tem a história de meia xícara, três quartos de xícara ao invés de dizerem que se trata de tantos mililitros. Tenham a santa paciência! Forno à temperatura média. Estes escritores de receita deveriam cumprir pena com trabalhos forçados.

Sirvo-me de outra tacinha de porto, viro de um gole e continuo no meu discurso:

– A falta de uniformização das medidas é um retrocesso para a nossa nação. Sucrilhos, macarrão instantâneo, molho de tomate, geléia, coco ralado, sapatos... Nada está padronizado. Estamos a léguas de distância dos povos desenvolvidos!

Resolvi respirar e dar um dedo de prosa:

– Querida, você sempre soube preparar comidas maravilhosas. Jamais precisou de enciclopédias para preparar um simples bolo de chocolate. O que foi que houve? De verdade?

– Bom, eu só tinha ovos de codorna. Então quis saber quantos ovos de codorna seriam equivalentes a um de galinha. E, principalmente queria saber onde você havia escondido a garrafa de vinho do porto.

01 novembro 2009

Antologia


– Ó, von Silva, o que é antologia?
Mundo, mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo não faria essa pergunta. Se eu fosse o Raimundo que amava Maria que amava Joaquim, eu também não saberia a resposta. O meu nome é von Silva, não tenho outro de pia.
Se eu estivesse na repartição seria normal este tipo de pergunta. Estou longe de qualquer dicionário porque hoje é sábado. Essa Rosa radioativa estúpida e inválida não deveria ter feito esse questionamento.
Perdido, sem lenço e sem documento, nada no bolso ou nas mãos, procuro uma respo
sta. Desejei me esconder, desejei ir para Minas, Minas não há mais, quis morrer no mar, mas o mar secou. Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei. Volto para a minha terra que tem palmeiras onde canta o sabiá, que tem cadeiras onde posso sentá e procurar um desmancha-dúvidas.
Meu reino por um dicionário!
Deus, ó Deus, onde estás que não respondes? Preciso urgente de um pai-dos-burros.
Queixo-me da Rosa, mas a Rosa não fala, simplesmente perguntou o significado de antologia.
Para todas as coisas: dicionário, para que fiquem prontas: paciência. Rosa não tem paciência. Quer resposta. Tem uma pedra no meio do caminho, cadê o maldito tira-teimas?
Toda pedra no caminho você pode retirar. De repente, não mais que de repente surge o salvador e consulto o verbete:

“Coleção de trechos em prosa e/ou em verso.”
– Obrigado, Aurélio!

Aurélio, garoto esperto, informa também que intertextualidade é a superposição de um texto a outro.
– Mais uma vez, obrigado, Aurélio!


Pesquisa para o texto Antologia

“Mundo, mundo, vasto mundo. Se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução.” – O gauche – Carlos Drummond de Andrade
“João que amava Tereza, que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim, que amava Lili.” – Quadrilha – Carlos Drummond de Andrade
“O meu nome é Severino. Não tenho outro de pia.” –Morte e vida severina – João Cabral de Melo Neto
“Porque hoje é sábado.” – O dia da criação – Vinícius de Moraes
“A rosa hereditária. A rosa radioativa estúpida e inválida.” – A Rosa de Hiroshima – Vinícius de Moraes
“Sem lenço e sem documento, nada no bolso ou nas mãos.” – Alegria, alegria – Caetano Veloso
“Quero ir para Minas, Minas não há mais, quer morrer no mar, mas o mar secou.” – E agora, José? – Carlos Drummond de Andrade
“Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei.” – Vou-me embora pra Pasárgada – Manuel Bandeira
“Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.” – Canção do exílio – Gonçalves Dias
“Meu reino por um cavalo!” – exclamou Ricardo III na Guerra das Duas Rosas, conforme William Shakespeare
“Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?” – Vozes d'África – Castro Alves
“Queixo-me às rosas, mas que bobagem, as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti, ai.” – As rosas – Cartola
"Para todas as coisas: dicionário, para que fiquem prontas: paciência." – Diariamente – Nando Reis
“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho.” – No meio do caminho – Carlos Drummond de Andrade
“Toda pedra no caminho você pode retirar.” – É preciso saber viver – Roberto Carlos e Erasmo Carlos
“De repente, não mais que de repente, fez-se de triste o que se fez amante.” – Soneto da separação – Vinícius de Moraes
“Se você rouba de um autor, é plágio, se de vários, é pesquisa.” – Wilson Mizner

29 setembro 2009

20 setembro 2009

Meu carro


Os vidros são claros: nada tenho a esconder. Tem ar condicionado: não preciso de desculpa para ventilar perfumes diferentes do seu. A cadeirinha da nenê mostra meu orgulho de ser pai. O crucifixo pendurado no espelho indica que meu carro é um local sagrado.

Quanto ao brinco encontrado, tenho certeza que você o colocou aí só para testar a minha fidelidade.

19 setembro 2009

Estou com medo!


Já conversei com uma viúva. Anteontem faleceu uma amiga de amiga. A gripe suína está entre nós.
O governo não está preparado e não tem plano contra a gripe.
O Brasil rico que empresta dinheiro para o FMI não tem grana para adquirir as vacinas e está economizando.
Deveriam imunizar os pacientes suspeitos na primeira consulta. Brigar contra a gripe. Atacar os focos em vez de permanecer na defensiva, poupando vacinas e esperando a gripe atingir toda a população.
Que esqueçam o sonho do Présal e cuidem da realidade. Há motivos para alarme, sim. Esta também não é nenhuma marolinha.
Se não há vacinas, agora, para os poucos pacientes, teremos o caos instalado muito breve quando os pacientes contagiados se multiplicarem feito moscas.
Apodreceremos nas calçadas e o governo não terá de quem cobrar impostos

03 setembro 2009


Pepino e farofa é um livro de crônicas culinárias resultantes de 50 anos de inexperiência no comando de um fogão. São histórias inteligentes, criativas e bem humoradas onde a comida é o prato principal.

No divã do psicanalista convence que o milho afasta a depressão e a solidão. Uma formiga em cima da bancada é motivo para uma fábula. Explica como um violão pode influenciar na preparação do almoço.

O autor diz que só foi possível escrever o livro graças à sua mãe que, na infância, incentivou-o a brincar de carrinho em vez de comidinhas e panelinhas. Descobrirá que Neil Armstrong não disse que Pepino e farofa é um pequeno livro para o homem e um grande livro para a humanidade. Enfim, são 48 aventuras temperadas com bom humor.

Edição da LGE, com o apoio do FAC. Tem 160 páginas.


Quase pisei! É um livro de crônicas com temática andante. Os mortais caminham, Klotz viaja na criatividade. Com escrita na primeira pessoa do singular, convence os leitores de que tudo é verdade e que aconteceu com ele. Também nos dá a impressão que o mundo só começa a acontecer quando calça o tênis e sai para a rua. Seu olhar de cronista sempre está atento através de lentes irônicas, bem humoradas e às vezes poéticas, quando coloca os óculos líricos. O entusiasmo e a alegria do autor são contagiantes.

Edição do autor, com o apoio do FAC. Tem 160 páginas.


Roberto Klotz é um engenheiro que saltou do topo do prédio recém-construído e estilhaçou-se em parágrafos. Nasceu no século passado. Bem-humorado, crítico, vacinado, analfabeto, irônico, paulistanamente candango. Suas histórias muitas vezes têm finais surpreendentes. Enquanto aprendia a cozinhar, escreveu Pepino e farofa, um livro de aventuras culinárias, engordou de tantas pizzas encomendadas. Para perder peso, o médico recomendou que caminhasse. Durante as caminhadas encontrou elefante, lâmpada mágica, cão bravo, pegadas de onça, muito cocô e 45 motivos para exercitar o bom humor em Quase pisei!


Os livros de crônicas Pepino e farofa e Quase pisei! podem ser adquiridos diretamente com o autor.

Cada exemplar custa R$ 28,00 para entregas no Plano Piloto em Brasília.

Para todos os outros lugares do Brasil, com a postagem, custa R$ 30,50

2 exemplares na mesma remessa saem por R$ 59,80

3 exemplares na mesma remessa saem por R$ 89,40

Para saber quem efetuou os depósitos acrescentarei alguns centavos identificando o número do pedido.

Faça seu pedido através do e-mail r-klotz@uol.com.br, fornecendo a quantidade desejada, o endereço para a entrega e nome para a dedicatória, se desejar.

Responderei informando o valor exato e fornecendo conta corrente do BB para crédito bancário.


05 agosto 2009

Tomates educativos


Não. Não. Não! É preciso dizer não. Deveria ser obrigatório negar. Deveria ser imperativo proibir. Dizer não é ensinar, é educar.

Ontem fui ao supermercado para comprar frutas e legumes. Quando cheguei à gôndola dos tomates, uma senhora gorda e sem modos ocupava todos os espaços em movimentos rápidos e loucos, atirando os tomates rejeitados em todas as direções, impedindo que qualquer outro cliente se aproximasse. Totalmente à vontade, sem a menor consideração, a mulher jogava frutos nas pessoas e no chão. Ao redor, havia pelo menos cinco incrédulos consumidores que, num misto de espanto e riso nervoso, reprovavam a atitude silenciosamente. Pasmado, juntei-me a eles.

Um garoto de uns dez anos se aproximou, tentou pegar um tomate e quase levou um bofetão. Na mesma hora, sem pestanejar, pegou um dos tomates lançados ao chão e atirou na testa da balofa senhora.

Todos aplaudiram a atitude do menino. Só aí a gorda parou com os gestos agressivos, egoístas e desrespeitosos. Fez um muxoxo de desprezo e virou-nos as costas como se ela é que fosse a grande vítima do episódio.

A platéia recolheu os frutos do piso, recolocou na gôndola e, de forma civilizada, cada um escolheu aqueles que considerava os melhores. Depois o mundo voltou a ser aquilo que sempre fora.

Será?

O meu carrinho já estava pela metade. Detergente, lustra móveis, sabão. Desodorante, pasta dental, algodão. Açúcar, óleo de soja, feijão. Laranja, abacaxi, melão e tomate.

Os tomates tiraram meu ritmo.

A partir daquele momento, só pensei no nosso caos de cada dia. Ainda há pouco, vi duas pessoas disputando a mesma vaga no enorme estacionamento. Adiante, uma zelosa mãe pegou uma maçã, esfregou na própria roupa e ofereceu ao filhinho choramingão. Depois, observei um moço retirando um bombom de um pacote fechado. Ele ainda me perguntou, de boca cheia, se eu também queria um, antes de jogar o papel no chão. Ninguém é advertido, ninguém é punido, ninguém passa constrangimento. Tudo é feito à vista, sem nenhum acanhamento.

Estes pequenos delitos, faltas e desvios, na verdade, grandes absurdos, parecem ser bem absorvidos pela nossa sociedade. Eles são terríveis quando praticados pelos outros. Teoricamente, nós podemos, nossos filhos podem. Nada proibimos aos nossos. Este é o nosso problema: a impunidade.

Falta educação! Precisamos educar a nossa sociedade como um todo. O sistema está podre na base. Pai e mãe por precisarem trabalhar o dia todo, estão ausentes na educação dos filhos. No pouco tempo de convívio, preferem ser amáveis e gentis a serem duros e rigorosos nos valores éticos e morais. Relaxam a guarda e são totalmente permissivos em todos os atos dos filhos. Os filhos crescem e já não há mais como retomar alguma autoridade. Por necessidade, repassam a educação dos filhos para a escola. Infelizmente os professores estão despreparados para educar e lhes é negada a autoridade para isso. Cabe aos professores apenas a obrigação de ensinar as matérias curriculares. Aos alunos não são colocados limites. A garotada tudo pode.

O problema é mais grave porque não me refiro apenas à atual geração. Isto já acontece há muito tempo. Temos toda uma sociedade permissiva. Ninguém proíbe. Quando há proibição, não há punição, logo, há desobediência.

As autoridades não servem como exemplo.

Marginais, políticos e bandidos de colarinho branco têm a certeza da impunidade.

Hoje, com o menino do supermercado, aprendi uma grande lição. Não ficarei mudo e omisso frente à impunidade. Eu, ao menos, farei justiça com as próprias mãos.

A partir de agora, sempre terei uma sacola cheia de tomates maduros. Estarei pronto para acertar a testa dos incautos que atravessarem um sinal vermelho, que estacionarem em fila dupla, que fumarem dentro do elevador. Também haverá tomates para artistas que atrasarem espetáculos, para os responsáveis pelos buracos da rua, para os responsáveis pelo mau atendimento médico, para o cambista na porta do estádio, para os jornalistas omissos, políticos corruptos e empresários corruptores.

Acredito que este esporte pode até ser divertido e virar mania nacional. Pisou no tomate? Leva tomatada! O mundo vai ficar vermelho.

Quando acabarem com os tomates, será a vez das berinjelas, pepinos, jilós e repolhos. Até consigo imaginar o repórter do jornal televisivo ameaçando com um maço de aipo na mão.

Começarei amanhã mesmo. Irei munido ao banco. Sabe o que pode acontecer se eu for atendido após 15 minutos de espera?

Começarei amanhã mesmo. Irei munido ao banco. Sabe o que pode acontecer se eu for atendido após 15 minutos de espera?

Em represália, todos da fila e funcionários também jogarão tomates em mim.


25 julho 2009

Casal contrata vizinho para gerar filho



Você conhece aquela do casal alemão que queria por que queria, ter filhos apesar do marido ser estéril? É muito engraçada.
O marido era improdutivo. E por isso resolveram contratar um vizinho, pai de dois moleques, para gerar a tão desejada criança. O vizinho se esforçava, comparecia três vezes por semana e a contratante nada de engravidar. Tantas fizeram e tantas vezes tentaram, por seis meses, e nada da mulher botar barriga. Até que o marido insistiu para que o contratado passasse por exames médicos. Os testes mostraram que o infeliz também era estéril. Os olhos acusativos concentraram-se numa pessoa. Por causa disso a esposa do vizinho confessou que as duas crianças não eram dele.
Não é piada. Foi manchete, com nome e sobrenome dos envolvidos, na revista Bild.
Eu me pergunto: o que leva um casal a essa loucura? Porque um estranho aceitaria a incumbência? Como seria o contrato entre gerador e geratriz? Será que a moça em questão era um sonho ou um pesadelo? Como seria a escolha do vizinho adequado? Quais as qualidades procuradas no gerador? Como seria a execução contratual?
Com tantas perguntas, para um caso tão bizarro, resolvi, eu mesmo, criar personagens e bastidores do fato. Vício de escritor.
Na minha opinião, a mulher em questão só pode ser uma balzaquiana fogosa, de personalidade forte e preocupada em atingir a idade em que a gravidez começa a representar risco. O homem realiza todos os desejos da amada, foi bonito e forte, agora já está passadito e cada vez mais mesquinho. Após 15 anos de casamento, ela só fala em crianças enquanto ele vê futebol na tevê. Só larga a cerveja para mudar de canal.
Eu, com certa experiência de vida, tenho cá os meus palpites.
Após 10 anos de insistência o marido fez os exames de fertilidade e comprovou-se porra nenhuma. A esposa desespera-se e propõe a fertilização in vitro. O muquirana do esposo sugere a adoção imediato, sensato e barato. Ela, por sua vez, levanta a blusa e diz que mãe, só de barriga. Nem adoção, nem inseminação. Quer tradição. Só para ficar na rima.
O marido faz cara de interrogação.
— E existe alguma outra forma?
— Para engravidar sem gastar, melhor um amigo fértil, chamar.
O marido se incomoda com outra rima pobre e coça uma pequena protuberância na testa.
— Como assim?
A gente podia chamar o Dieter que tem três filhos. Ou o Hans pai de duas filhas ou ainda o Fritz que tem seis herdeiros, todos loirinhos e de olhos claros.
— Você está absolutamente maluca! Essa idéia é ridícula, absurda, ofensiva e paranóica. Esses três bastardos moram muito longe. Recuso-me a pagar vale-transporte para neguinho vir, até a minha casa, trepar com a minha esposa.
— Se o problema for esse, podemos pedir a algum vizinho.
— Não gosto de pedir nada a vizinhos. Hoje a gente pede um favorzinho e amanhã o sujeito fica à vontade e se sente no direito de pedir emprestado sal, açúcar ou farinha. Onde já se viu?
Ela joga os cabelos por cima dos ombros, morde o lábio, provocativa.
— Amorzinho, eu te amo tanto. Em vez de pedirmos um favor, simplesmente, a gente poderia propor um trabalho profissional.
— Isso faz sentido. Mas você sabe muito bem que odeio a idéia de gastar dinheiro.
— Não se preocupe, olhe estas minhas coxas – levantou a saia . — Acho que o futuro pai das minhas crianças pode dar um bom desconto por causa delas.
— Ainda acho lunática a idéia de chamar alguém para fazer os nossos filhos.
— Que bonitinho. Você está com ciúmes. Isso é bobagem. Um contrato é o melhor caminho para transformar pudores em ofício. Tudo será profissional, sem nenhum tipo de envolvimento pessoal.
Nestas alturas, concluo que a discussão entre o casal se transformou em uma reunião de negócios entre dois sócios que procuram viabilizar, objetivamente, assunto de alto interesse para o sucesso da empresa.
— O vizinho da casa 38 — propõe ela — é jovem e já tem dois rapazes e duas moças.
— Ele bebe muito, chega tarde e torce para o Bayern de Munique, nosso arquirival.
— O da 75 — não bebe, e é pai de sete filhos.
— Impossível. Esse desgraçado sempre estaciona o carro na frente do portão da nossa garagem. Toda vez que chego em casa tenho que ligar para ele e pedir que tire o carro.
— Parece que você tem birra dos seus chegados. Coisa feia. Que tal o da casa 69?
Ele olha torto e pensa exatamente o que você, leitor, está pensando.
— Tem certeza que quer fazer filhos?
— Também tem o da 112. Ele é forte, jovem, bonito, fala três línguas, tórax desenvolvido, pernas grossas...
O marido interrompeu.
— Você quer prazer ou filhos? Quem sabe o vizinho da casa 52? Ele está na faixa de 35 anos, tem dois filhos e uma esposa compreensível. É alto, de boa aparência e precisa de dinheiro.
Chegaram ao consenso.
Não deve ter sido difícil convencer o morador da 52. A esposa do 52 discutiu, esperneou, relutou, sugeriu e quase convenceu o casal que o morador da 112 deveria ser reconsiderado. Na argumentação dela, o Peter, vizinho da 112, tinha todos os quesitos e atributos para ser um bom reprodutor, só não tinha filhos porque era solteiro.
Uma vez resolvida a questão do quem, meu caro leitor, consigo perceber a preocupação do marido em incluir cláusulas contratuais como prazo, local de trabalho, fiscalização e compartilhamento. É lógico que o compartilhamento está incluído. Ou você acha que ele não faria as preliminares, cabendo ao vizinho apenas a finalização?
O item final do contrato seria o sigilo absoluto. Ninguém pode saber de nada. Muito menos algum cronista fofoqueiro.

19 julho 2009

Achttausendachthundertachtundachtzig

Você gosta de congestionamento? Alguém gosta? No pára e anda do trânsito, é difícil de fazer qualquer outra atividade além de falar escondido no celular. A minha preferência, numa sala de espera, é um livro. Não estava numa sala de espera. Estava dentro de um carro e dirigindo. Sem a menor chance de ler um livro. Só me restava ligar o meu Blaupunkt. Isso parece palavrão, mas é apenas a marca do rádio do meu Volkswagen.
Para meu alívio a música é brasileira. Caetano Veloso é brasileiro, mesmo quando faz rock, rumba ou foxtrot. Com seu jeito moleque também faz rap. Só mesmo Caetano para gostar de roçar a língua na de Luís de Camões e depois afirmar que está provado que só é possível filosofar em alemão. Será que eu ouvi direito?
Está provado que só é possível filosofar em alemão?
Ah, meu amigo, você é um pensador polêmico por natureza. E, por isso mesmo, sou obrigado a discordar de você. Filosofar não está entre as minhas 50 preferências. Confesso que preferiria andar de bicicleta ou chupar uma laranja. Mesmo que uma coisa nada tenha a ver com outra.
Dizem que filosofar é questionar. No momento, a dúvida mais importante que me abala é saber se posso devorar a bomba de chocolate da geladeira daqui a 15 minutos ou se devo comê-la agora mesmo.
Observe que todos os meus pensamentos, por mais desconexos, foram elaborados em português. O mesmo idioma de Camões, Pessoa, Bilac e Machado. Considero relativamente fácil encadear idéias e pensamentos em português. Impossível, da minha parte, raciocinar em alemão. No máximo, lembro e associo algumas poucas palavras.
Siemens, Lufthansa, Hamster, Malzbier. Servem para telefonar do avião informando que vi um camundongo tomando todas.
Kombi, Johann Faber, Odebrecht, Blitz, Führer. Têm utilidade quando dizemos que o transporte do apontador da obra foi surpreendido numa barreira policial e será punido pelo chefe ditador.
Friedrich Nietszsche, Bunker, Ludwig van Beethoven, Apfelstrudel, Liebfraumilch, Eisbein. Além de enrolarem a língua, servem para informar que Nietszsche filosofava em alemão porque estava bem protegido e se inspirava ouvindo música erudita comendo do bom e do melhor.
É sensato pensar que tudo seria diferente se Nietzsche tomasse água de coco, na lagoa de Abaeté, ouvisse Ivete, Claudia Leite e axé, comesse vatapá, cururu e acarajé. Então faria letras e músicas sensuais para mulatas como a Juliana Paes e outros simples mortais.
O germânico gosta de grudar palavras, umas nas outras para escrever palavrão. Nos números são mestres. Tente dizer 8888, achttausendachthundertachtundachtzig.
Remexendo um bocadinho e percebendo nas palavras todo o jeitinho, Caetano não queria que eu filosofasse em alemão. Isso é para Kant, Schoppenhauer, Marx e outros de plantão. Nossa língua não se presta para essas artes, serve para gingar capoeiras e rebolar malandragens. Ela tem a pimenta da gafieira, o drible tropical e o chamego brasileiro.
Caetano está com a razão, filosofar, jamais em português, só em alemão.

17 julho 2009

XXI Politeama - sarau diverso



Prestenção: sarau número 21. Se já houve tantos e continua, é porque é coisa boa!

A noite de Politeama está chegando....

O nosso encontro mais do que aguardado de toda arte: música, poesia, teatro, dança e quem mais chegar!


Desta vez o BDE terá muito o que comemorar.Teremos o pré lançamento do Livro Asas do nosso querido Cesar Veneziani e

também a super presença de Roberto Klotz trazendo pra gente o seu Pepino e farofa . Não Percam!!!!!!!!!!!

Data: 21/07/2009 – terça-feira
Hora: 20 h 46 (daquele jeito)

NOVO Local: Fidalga 33
Rua Fidalga, 32 – Vila Madalena (em São Paulo)
Tel: 3032-7346


$ 1 ( repasse ao técnico de som)
Pocket Show:Tiago Rocha


Músicos – LEVEM SEUS INSTRUMENTOS

O restante continua igual. Palco livre, arte boa, encontro humano tendo apenas duas premissas: GENTILEZA e ATENÇÃO!

Convidem seus amigos, sigamos o projeto com força total!

Acompanhe no orkut os comentários ao convite

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=3891757&tid=5357988946055098279&na=4


Imagens do sarau de 15 de julho de 2008

14 julho 2009

Uma escada para o desconhecido

Exercício proposto na oficina literária da Câmara dos Deputados.

http://ciberescritos.queroumforum.com/viewtopic.php?p=283


Uma escada para o desconhecido...
O que se encontra no topo da escada? Que sentimentos assaltam a mente ao pisar cada um dos 13 degraus ferrugentos?

Maldita hora em que desci do táxi. Julguei que apenas em filmes de terror e pânico existissem lugares tão sujos, escuros e habitados por seres com doenças estampadas nas caras e corpos. Sinto-me como um bife suculento jogado no meio de feras esquálidas de fome. Minha única saída é uma escada ferrugenta. O azar me persegue. São 13 degraus para sair do inferno e entrar num túnel de concreto escuro. Na melhor das hipóteses encontrarei apenas morcegos. Não tenho outra opção.

10 julho 2009

Poetisa


Ela pegou o meu pau com lirismo e eu disse que ela era uma poeta de mão cheia.

03 julho 2009

Na curva do rio


Por que eu deveria sentir medo? Quase todo dia eu ia pescar na beira do rio, lá no fundo de casa. Só que já era noite. Noite de vento gelado e de poucas estrelas.
Diziam que à noite a alma do velho do rio procurava algum corpo para encarnar.
De tarde, eu esquecera o canivete do papai junto ao pé da árvore. Se ele descobrisse o sumiço, eu apanharia de cinta.
A lanterna estava sem pilhas, nem adiantaria levar uma vela. O vento assopraria. Eu conhecia bem o caminho, nem 20 minutos e estaria de volta.
Quando trisquei a mão no canivete, uma coruja, bem na minha cabeça, deu um grito rasga-mortalha. Voltei em 10 segundos. Não lembro se peguei o canivete ou se apanhei de cinta. Ainda ouço o grito da maldita.

12 junho 2009

Fernando Morais





É comum ler algum livro e ficar impactado. Para mim, o livro que fez a diferença foi Chatô, o rei do Brasil de autoria de Fernando Morais. Sempre evitei biografias ou livros grossos. O livro empoeirou na estante antes que eu aceitasse o desafio. Seguramente foi o livro que mais me impressionou em toda vida. Pela figura carismática, polêmica, empreendedora e nada ética de Chateaubriand e também pela forma com que o livro foi escrito. Considero o livro uma fantástica aula de história por proporcionar ao leitor o cenário de cada episódio. O resultado das pesquisas é maravilhoso. Fernando Morais conseguiu fazer com que eu acompanhasse a vida de Chateaubriand como se eu estivesse sentado ao lado da figura ao longo de toda a sua vida.

Tive a honra e o privilégio de conversar com o autor na noite de 4 de junho no T-Bone, pouco antes da palestra sobre o livro O mago, biografia de Paulo Coelho. No evento dediquei uma cópia do meu livro Pepino e farofa e entreguei uma cópia de um e-mail enviado em 2006.

Enviado em: terça-feira, 28 de novembro de 2006 23:13

Prezado Fernando,

Foi uma alegria enorme ouvir sua conversa no Sempre um Papo. Tentei enviar um e-mail há dois anos, após outra apresentação sua aqui em Brasília. Os entregadores do correio eletrônico simplesmente carimbaram: devolver ao remetente, endereço não localizado. O envelope amarelou um pouco, mas faço questão de entregar o conteúdo intacto.
Já estou curioso para percorrer as páginas de Montenegro. Meu pai foi piloto da FAB na segunda guerra, tirou brevê em aeroclube fundado por Chatô; meu irmão estudou no ITA. Há identificação novamente, como em Chatô. Aliás conversei longamente com uma tia cujo pai foi adido diplomático em Londres à época do Embaixador Chateubriand e com outra tia cujo marido doou, à revelia, avião para o aeroclube de Poços de Caldas.
Quero saber quem vai escrever a biografia de Fernando Morais.

Abraços,
Roberto Klotz

Enviado em: sexta-feira , 26 de março de 2004

Prezado Fernando,

Há duas semanas soube que você estaria no Sempre um Papo. Quem é Fernando Morais? No site do Sempre um Papo havia a referência aos Olga, Ilha e Chatô. Fui conferir minha estante e lá estava Olga. Chatô estava pertinho. O primeiro livro, lembro ter devorado vorazmente em pouco dias. O segundo, pelo assustador tamanho, estava entre as preciosidades que “ainda vou ler um dia”. Essa era a hora. Ler rapidamente para conhecer um pouco do autor antes da sua presença em Brasília. Não deu tempo, é lógico. Só agora estou pela metade.
Sempre tive muita curiosidade em saber dos mistérios de poder do Velho Capitão. Na memória um registro dele trajando elegante fraque encimado por brilhante cartola. Como paulistano passei na frente da Casa Amarela várias vezes, parei para ver os colibris confinados naquela enorme gaiola. Tive a oportunidade de vê-lo uma vez. O que mais aguçava minha curiosidade, foi ter visto no MASP, ainda na Rua 7 de Abril, uma obra de Renoir com uma nota de agradecimento à família Lundgren pela doação. Os Lundgren são parentes e meu pai teve convívio bastante próximo na década de 50. Ainda menino, elogiei o desprendimento na doação desta magnífica obra. Meu pai apenas mencionou que não se tratara de benemerência e sim de resultado de chantagem. E que teria sido desta forma que Chateubriand teria montado o maior museu do hemisfério sul. Um dia eu precisava tirar isso a limpo.

Que aula de história! Chateubriand consegue estar presente em todos bastidores dos momentos importantes e fazer o mundo girar na velocidade e sentido que lhe interessam. Além da fantástica biografia, chamaram-me à atenção em seu livro o volume da pesquisa, a quantidade de entrevistas e a profusão de colaboradores. Seu senso de organização, trabalho e acima de tudo contatos são destaque. Trabalho dos mais complexos sem dúvida é motivar uma equipe tão grande e multidisciplinar em diversos cantos. Destaque genial e divertido é o vocabulário léxico do polêmico Chateubriand. Nauseabundo, poltrão, sacripanta, celerado, torvo, flibusteiro, bufarinheiro e frascário foram alguns dos adjetivos nada delicados aplicados pelo protagonista.

Sou apenas mais um entre centenas de seus leitores, mas com certeza li com muito interesse, entusiasmo e admiração o seu fantástico e equilibrado trabalho. Parabéns!

No Sempre um Papo ainda pude extrair um incentivo da sua parte. Você comentou que visitava uma livraria nos Estados Unidos e que havia todo um andar de biografias e não apenas uma estante, ao contrário da sua expectativa brasileira. Que havia duas dezenas de biografias de Jaqueline Kennedy enquanto não temos sequer de todos os ex-presidentes.
Não sou escritor nem jornalista embora tenha prazer em escrever crônicas para consumo próprio. Sempre tive muito orgulho do trabalho dos meus dois avós, o paterno era engenheiro e construiu estradas de ferro e o materno era pintor acadêmico, e jamais encontrei nada nos livros à respeito deles. Você sinalizou e incentivou. Obrigado pela dica e pela força.

Abraços,
Roberto Klotz

04 junho 2009

Baixaria



A polícia subiu o morro,
Por ameaças ou rabo preso,
Ninguém sabe ninguém revela.
Foi no senado, não na favela.

23 maio 2009

Iniciação




- Não se preocupe, saliva não engravida.

14 maio 2009

Cabelos grisalhos de Doralina Santos



Rosto liso de preocupações, olhos faiscando hormônios, cabelos ao vento, calça justa, peitos apontando para o céu brilhante.

Olhei minha neta. Vá, vá viver a vida.

Cedinho, na padaria, um menino chamou-me bruxa velha. Chorei o dia inteiro não ter vivido outros homens. Somente o vovô. Que já morreu.

Vá, minha querida, beije muito. Beije muitos. Beije muito muitos. Beijo na boca. Beijo de língua. Muita língua. Beije. Sugue poemas.

Hoje, meu aniversário, 82 anos, meus cabelos estão em neve, as mamas apontando para o inferno opaco. Sobrou-me apenas o pau da vassoura entre as pernas.

08 maio 2009

A vira-latas parideira

Meu amigo ganhou uma cadelinha vira-latas. Batizou-a Puta.

Todos a chamam Puta. Todos a chamam por esse nome. Ela abana o rabo feliz. Jamais mordeu quem a chamasse pelo nome.

Só entendi a escolha do meu amigo quando a cadela cresceu e teve filhotes. O primeiro recebeu o nome de Presidente. Depois vieram Ministro, Senador, Deputado, Prefeita e outras mais.

26 abril 2009

Sexo precoce





Os jornais de hoje trazem estampados que as brasileiras fazem sexo cada vez mais cedo.


Acho isso ótimo, levanto-me às seis.

23 abril 2009

Contrastes iguais


A velha diretoria reunida nos subterrâneos divide a rapina. O sócio novo, no ensolarado vigésimo andar, frente ao computador transfere tudo para sua conta particular.

 
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